domingo, 12 de junho de 2011

CL Nivaldo Navarro: a memória e lenda viva do início do Leonismo Brasileiro

Todos sabemos e a história nos tem contado que a data de 07 de Julho de 1917, é tida como a fundação do Leonismo pelo CL Melvin Jones, numa reunião com 20 delegados especialmente convidados para este fim, no Hotel La Salle em Chicago. Esta idéia já vinha ruminando em Melvin Jones desde 1913.

De 8 a 10 de Outubro naquele mesmo ano de 1917, em Dallas no Texas foi realizada a 1ª Convenção dos Lions Clubes somente com a participação de Clubes Americanos.

Decidiu-se então que o dia 8 de Outubro passaria a ser consagrado como o "Dia Mundial do Serviço Leonístico".

A partir daí houve outras Convenções e somente a partir de 1920, o Lions se tornou Internacional com a criação de um Clube no Canadá. Daí para ganhar o mundo inteiro foi só uma questão de tempo.

E NO BRASIL?

E de onde nós queremos partir, para neste dia, rendermos nossas sinceras homenagens a um mito do Leonismo Brasileiro que não pode e não deve ser esquecido quando se fala de Leonismo: CL NIVALDO NAVARRO.

Vamos conhecer o que representou para nós o seu Serviço Leonístico.

Observação - Doravante, todos os textos neste relato aqui apresentados e grifados em "itálico e negrito", são palavras proferidas pelo próprio CL Nivaldo Navarro.

O COMEÇO:

No dia 25 de Julho de 1925, numa pequena fazenda denominada de "El Gato", no Bairro de Catalina, Município de Güines, Província de Havana, em Cuba, veio ao mundo um "pequerrucho" que receberia no Registro Civil o nome de Santiago Nibardo Navarro Jorge. (A ortografia correta do nome é Nivaldo. Lamentavelmente, a maioria das pessoas ignora como deve ter acontecido com quem registrou seu nascimento, que o nome NIVALDO é originário das Ilhas Canárias com a sua própria ortografia).

Seus estudos primários foram numa Escola Rural do pequeno povoado de Rio Seco, cursando depois a Escola Superior Francisco de Arango y Parreño, ainda na cidade de Güines, onde adquiriu o título de "Bacharel em Ciências e Letras", com o qual pode ingressar na Escola de Direito da Universidade de Havana.

As atividades sociais de Nivaldo Navarro começaram quando ele tinha apenas onze (11) anos de idade, com a fundação de uma cooperativa de alunos na escola rural primaria em Rio Seco. Mais tarde fundou a Cruz Vermelha Juvenil na Escola Primaria Superior "Francisco de Arango y Parreño" e, posteriormente, ingressou na Cruz Vermelha Cubana. No Instituto de Ensino Secundário, foi eleito Secretario Estudantil de Cultura e, pela mesma época, foi eleito Secretario da Delegação da Central "Amistad" da Associação de Colonos de Cuba (produtores de cana de açúcar), o que requereu a sua emancipação do Patrio Poder. No ano seguinte, já na universidade, colaborou, ativamente, na fundação do Lions Clube de Güines, Prov. Havana, sua comunidade.

"Tomei conhecimento do Lions Clubes, por primeira vez, observando desde las alturas de La Cabaña, um grande desfile noturno de uma Convenção Internacional de Lions International, realizada na Havana alrededor de 1940 (acredito). Eu ainda era estudante e tinha ido a visitar minha avó, alí residente. Anos mais tarde me apresentaram a Daniel More, quem era Representante Especial do Lions International, pra que o ayudara a fundar o Lions Clube en Güines, minha cidade, o qual fiz e me elegeron Secretario. Mais tarde fui nomeado Delegado Internacional".

Cabe destacar a relevante atuação de Nivaldo Navarro durante 18 anos (1944 a 1962) como Delegado Internacional da Diretoria da Associação Internacional de Lions Clubes, com sede em USA, nomeado pelo Fundador e Secretario General Melvin Jones.

Em conseqüência, Nivaldo Navarro teve a missão de reorganizar e de fundar Clubes de Lions em Cuba e América Central e também para a fundação dos primeiros Lions Clubes no Peru, Chile, Bolívia, Uruguai, Brasil e Paramaribo; alem disso desempenhou missões especiais em Bogotá, Quito, Caracas, Buenos Aires y Assunção.

Os consistentes e múltiplos conhecimentos de Nivaldo Navarro se sustentam em uma copiosa e frutífera experiência vinculada aos seus estudos y atividades em Administração de Empresas, fazendo ênfase no complexo comportamento das pessoas quando tem que vender, comprar ou se associar, assim como na variada problemática que envolve a organização e direção das mesmas.

Nivaldo Navarro fala, lê e escreve o Espanhol, o Português e o Inglês. É considerado excelente orador e um expositor que possui una eficiente metodologia docente; ademais, tem morado e trabalhado em muitos dos países americanos, e tem assimilado a cultura e as práticas dos seus povos, das suas empresas e de algumas corporações transnacionais, razão pela qual as suas vivencias são o seu mais valioso ativo.

LIONS CHEGA AO BRASIL

Em dezembro de 1951, Nivaldo Navarro representando a Associação Internacional de Lions, estava em visita ao Lions Clube de Montevidéu, Uruguai com a missão de difundir o Leonismo na costa do Atlântico.

Por isso, conclamou os companheiros uruguaios para que se interessassem na fundação de um clube no Rio de Janeiro.

Na oportunidade, ocorreu uma feliz coincidência. Encontrava-se naquela capital, um ilustre brasileiro, Dr. Armando Fajardo, que ali fora assistir uma prova clássica de turfe que tem o seu nome.

O então presidente do clube uruguaio, Pedro Berro, também turfista, era amigo intimo de Fajardo. À vista do pedido de Navarro, o CL. Pedro Berro telegrafou a Fajardo que, após a prova, dirigira-se a Buenos Aires, Argentina.

O telegrama convidava Fajardo a fundar o Leonismo Brasileiro e esclarecia que os leões uruguaios aguardariam a sua passagem por Montevidéu, para os entendimentos necessários.

O encontro teve lugar no aeroporto de Carrasco, às quatro e meia da madrugada chuvosa, que dali partiu credenciado para a elevada missão.

No Rio de Janeiro, homem de negócio e da alta sociedade, o Dr. Armando Fajardo não encontrou dificuldades para arregimentar cerca de 40 pessoas que com ele, em 16 de abril de 1952, em almoço festivo nos salões do Jockey Clube Brasileiro, receberam o titulo e o distintivo de Leões.

O CL Nivaldo Navarro continuou suas andanças como Delegado de Lions, na missão de difundir o Leonismo pela América, mas continuou com o Brasil na memória, tendo aqui voltado algumas vezes a trabalho. Acabou ficando por aqui.

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